skip to Main Content

Festa Junina e o cristão.

A Festa Junina é uma modificação e adaptação de vários costumes pagãos que honravam deuses e ídolos para que as colheitas de milho, na metade do ano, fossem bem sucedidas.

Esta festa é comemorada no mês de Junho no Brasil, sendo 3 santos os comemorados: SANTO ANTÔNIO, SÃO PEDRO e SÃO JOÃO.

  • Santo Antônio.
    • Fernando de Bulhões, nascido em Lisboa em 1195. Ingressou na ordem Franciscana em 1220 mudando seu nome para Santo Antônio. Padroeiro dos pobres. Conhecido como o santo casamenteiro.
  • São Pedro.
    • Discípulo de Jesus, mas conhecido na cultura católica como o santo dos pescadores e das viúvas. Guardião das chuvas e portas do céu.
  • São João.
    • Dedicado a João, o batista. Segundo a tradição católica, no dia do seu nascimento foi levantado um mastro frente a sua casa indicando como aviso do natalício.

Estes 3 santos foram colocados como protagonistas desta festa pela igreja católica, para cobrir as origens pagãs da festa, que é a homenagem dos deuses da fertilidade pedindo fartura nas safras e colheitas de cereais, onde o milho era o principal ingrediente.

A igreja católica não conseguia acabar com a popularidade desta festa que tinha centenas de anos, por essa razão, a incluiu em sua agenda recebendo um caráter religioso.

Em todos os registros históricos, a Festa Junina é considerada como uma festa pagã. “Os cultos pagãos eram rituais de abundância e fertilidade”, diz a professora Maria Montes, antropóloga da Universidade de São Paulo. Havia sacrifícios de animais e oferendas de cereais para afastar os demônios da esterilidade, das pestes agrícolas e da estiagem. O cristianismo, na verdade, apenas converteu uma tradição pagã em festa católica.

Em Portugal, as comemorações foram ampliadas no século 13, incluindo o dia de nascimento de Santo Antonio de Pádua (que nasceu em Portugal mas morreu na Itália, no dia 13 de junho de 1195), e o da morte de São Pedro, em 29 de junho. Transportadas para o Brasil colonial, as festas foram incorporadas e adaptadas entre índios e escravos.

Dentro das justificativas da igreja católica, as festas começam na véspera do dia de Santo Antônio (12 de Junho), celebrando também a São João (23 e 24 de Junho) e encerrando com São Pedro (29 de Junho).

Desde séculos atrás, as pessoas celebravam a chegada do verão, adorando e homenageando aos deuses da fertilidade. Estas festas eram ligadas aos ciclos da natureza, às estações do ano. Sociedades antigas realizavam grandes festividades, com durações longas, até de um mês, sobretudo nos períodos de plantio e de colheita“, contextualiza o pesquisador de culturas populares Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor da Universidade de São Paulo e consultor da cátedra Kaapora: da Diversidade Cultural e Étnica na Sociedade Brasileira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na mitologia romana, pagãos prestavam culto à deusa Juno cujos festejos eram denominados junônias. Adaptado no Brasil para junina. Os primeiros registros por aqui datam e 1603, pelo Frade Vicente do Salvador, que ressaltou o fato de os índios aceitarem de bom grado o dia de “São João Batista”, por causa das fogueiras e capelas.

Nas regiões da Bahia, a festa de Santo Antônio é misturada com a festa de Ogum, um ídolo guerreiro das cultuas afro-brasileiras e entre outras religiões “espirituais”.

Na Europa antiga, bem antes do descobrimento do Brasil, já aconteciam festas populares durante o solstício de verão (ápice da estação), as quais marcavam o início da colheita. Dos dias 21 a 24, diversos povos, como celtas, bascos, egípcios e sumérios, faziam rituais de invocação da fertilidade para estimular o crescimento da vegetação, prover a fartura nas colheitas e trazer chuvas. Nelas, ofereciam-se comidas, bebidas e animais aos vários deuses em que o povo acreditava. As pessoas dançavam e faziam fogueiras para espantar os maus espíritos. Por exemplo: as cerimônias realizadas em Cumberland, na Escócia e na Irlanda, na véspera de São João, consistiam em oferecer bolos ao sol, e algumas vezes em passar crianças pela fumaça de fogueiras.

 

Deuses adorados.

Afrodite.

Afrodite era a deusa da beleza na mitologia grega. Rodeada de uma vida amorosa turbulenta com muitos amantes, foi uma deusa adorada por muitos.

Adonis.

Filho de Mirra, uma mulher que se recusou a adorar a Afrodite. Ela foi amaldiçoada por Afrodite que a fez se apaixonar pelo próprio pai. Adonis é fruto desse incesto.

Adonis tinha uma beleza incomparável e chamou a atenção de Afrodite, que estava seduzindo ao próprio filho Eros. Adonis não conseguiu resistir aos encantos de Afrodite, vivendo um ardente romance.

Eros, enciumado da mãe quer atrapalhar o romance, assim também Perséfone, rainha do submundo que se apaixonou por Adonis. O romance entre Afrodite e Adonis desencadeia uma extensa estória de traições, mortes e pactos. Com isto, ambos ficaram marcados como o casal do amor e da fertilidade.

Tamuz.

Tamuz era filho de Ninrode, que era o imperador e fundador de Babel (Babilônia), a nação mais pagã já registrada que desafiou o próprio Deus (Gn 10:8-10).

Tamuz é o personagem que nasceu no solstício de inverno (25 de Dezembro), dando origem a outras festas pagãs como Natal e adorações ao deus Sol. Tamuz era considerado como reencarnação de seu pai Ninrode, canonizado como deus estrela. Tamuz deu origem a uma nova era de paganismo e idolatria que seria espalhada em diversas culturas após a repartição dos continentes na Torre de Babel (Gn 11:1-9).

Izta.

Conhecida como Ereshkigal ou Ininna. A senhora do Céu. Regente do planeta Vênus. Adorada pelos assírios era irmã do deus Shamash, o deus Sol. Amante de Tamuz, considerada também a deusa do sexo e da guerra.

Isis.

Na mitologia Egípcia, deusa da fertilidade. Esposa de Osiris. A mitologia imita de forma indireta a origem do paganismo Babilônico de Ninrode e Semiramis, tendo um filho chamado Tamuz.

Isis tem um filho com Osiris chamado Horuz. A estória passa por uma série de eventos e mortes, onde Isis se torna em uma mãe de um filho rei. A mesma imagem de Semiramis e Tamuz, seria replicada em Isis e Horuz, onde futuramente seria justificada em Maria e Jesus de forma grotesca e pagã.

Seu culto era tão forte que foi adotado por gregos e romanos. Imagens dela circulavam por todo o mundo greco-romano, de uma mulher solitária e amamentando um bebê melancolicamente. Esse seria o protótipo para a Pietá, a representação da Virgem Maria com Jesus.

Osíris

Era um deus superior dos egípcios. Conhecido como o deus dos mortos, da vegetação e do além. Ele seria responsável de prosperar a terra através das águas do Nilo, trazendo vida e ensinando aos homens as técnicas da agricultura e domesticação.

Juno

A deusa Juno também era considerada a Rainha dos Deuses na mitologia Romana. Ela também era deusa do matrimônio e da união, da monogamia e da fidelidade. Além disso, a deusa também deu o nome ao sexto mês do ano, ou seja, junho. Ela, em síntese, possui o pavão e o lírio como seus símbolos, além de possuir uma mensageira denominada Íris.

Moloque

Divindade de Canaã que recebia crianças como oferenda e sacrifício para confirmar um pacto. Este ídolo é um dos mais hediondos descritos na Bíblia.

Lv 18:21 “Não oferecerás a Moloque nenhum dos teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor”.

Lv 20:2 “Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros peregrinos em Israel, que der de seus filhos a Moloque, certamente será morto; o povo da terra o apedrejará”.

1R 11:7 “Nesse tempo edificou Salomão um alto a Quemós, abominação dos moabitas, sobre e monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, abominação dos amonitas”.

2R 23:10 “Profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fosse passar seu filho ou sua filha pelo fogo a Moloque”.

At 7:43 “Antes carregastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que vós fizestes para adorá-las. Desterrar-vos-ei pois, para além da Babilônia”.

 

🌽 Comidas.

Tradição:

  • A base da festa é o milho. Pipoca, paçoca, pé de moleque, canjica, cachorro quente, pamonha, curau, bolo de milho, arroz doce, pinhão, cuscuz e tapioca.
  • As bebidas tradicionais são vinho quente e quentão.

Origem:

  • A base desta comida é sobre o oferecimento do milho como oferenda para um ano de sucesso. Todas as comidas teriam que ter algum elemento do milho.
  • No final, todas as comidas são oferendas a ídolos.
  • At 15:28-29 “Porque pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destes preceitos necessários: Que vos abstenhais de alimentos sacrificados aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Fareis muito bem se vos guardardes desses procedimentos, pois desejamos que tudo de bom vos aconteça”.

 

💃 Danças.

Tradição:

  • A principal dança é o forró.
  • Junto com isso, a quadrilha se tornou a festa típica.

Origem:

  • Uma das teorias é que se originou nas danças de salão da França. Consistia em uma bailada de casais com vestimenta típica caipira.
  • Foi popular, porque era moda da classe média e elites na França no início do século XIX, o que foi aceito na cultura brasileira rural com intensidade.

 

💥 Fogos de artifício.

Tradição:

  • Bombinha, rojão, morteiro, estalinho, cabeça-de-negro, estrelinha, puff e buscapé.

Origem:

  • A intenção era que esses barulhos, fogos e explosões sirvam como espanto para os maus espíritos.

 

🔥 Fogueira.

Tradição:

  • De origem pagão, se pula a fogueira.
  • Mandam as crianças passarem pela fogueira para um benefício místico.

Origem:

  • O motivo por trás é pedir proteção contra os maus espíritos.
  • Esta tradição foi mantida pela igreja católica. A igreja justifica isto indicando que no dia de nascimento do João, um mastro iluminado por fogo foi colocado para celebrar o seu nascimento. Mas não há nenhum registro disso não passando de uma lenda para “cristianizar” a tradição.
  • Foi criada uma fogueira diferente para um dos 3 santos.
    • Fogueira quadrada – Santo Antônio.
    • Fogueira redonda – São João.
    • Fogueira triangular – São Pedro.
  • Uma das razões da fogueira era a adoração ao deus Moloque, onde jogavam as crianças na fogueira como adoração.
  • Com este costume se originou o “pular a fogueira”.
  • Ao “pular a fogueira” acredita-se em uma crença de purificação espiritual, protegendo-se dos maus espíritos.

 

✝️ A igreja moderna e as festas pagãs.

A festa Junina é uma grande mistura de eventos e costumes pagãos de outras culturas e tempos. Algo que não deve ser praticado por cristãos e muito menos reproduzido nas igrejas.

Ainda que a igreja evangélica realize o evento com outro nome, continua sendo uma festividade pagã. Caso a igreja evangélica decida realizar a festa em sua programação de eventos, estaria imitando a igreja católica que decidiu “cristianizar” a festa por motivo de pressão cultural.

A igreja católica cedeu à pressão popular por não poder impedir a realização das festas na sociedade, integrando-a em suas agendas com justificativas religiosas. Hoje, esse tem sido a prática da atual igreja brasileira, criar festas mundanas “gospel” para atrair o público às quatro paredes.

O convite ao pensamento é o seguinte: Se a igreja brasileira moderna está disposta a introduzir festas de outras culturas consideradas pagãs e contrárias a Deus, a mesma igreja teria a possibilidade de introduzir as FESTAS DE DEUS, as festas que o próprio Deus chama de “minhas festas”.

Lv 23:2 “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades”.

  • Shabbat.
  • Páscoa.
  • Primícias.
  • Semanas.
  • Trombetas.
  • Expiação.
  • Tabernáculos.

Estas festas acima mencionadas, são festas bíblicas, completas e totalmente espirituais com foco profético e crescimento pessoal, cada uma delas tem um motivo espiritual e atrai uma bênção especial. Inclusive, no texto relatado em Zacarias 14 que fala do Milênio, todas as nações e famílias serão obrigadas no cumprimento destas 7 festas.

Caro leitor, se por anos você participou desta festa em plena ignorância e ainda está vivo, é porque o Altíssimo está lhe dando tempo para correr atrás de bênçãos espirituais muito especiais através de festas bíblicas poderosas que estão no coração do nosso Deus.

Este artigo é só um pequeno pedaço daquilo que você mesmo pode investigar sobre o tema da Festa Junina e das Festas de Deus.

Durante anos eu também estava mergulhado na religiosidade imposta e não tinha coragem de estudar a Bíblia para conferir os argumentos recebidos, argumentos tais como aqueles que rejeitam as festas Bíblicas como parte da cultura cristã, o que seria uma contradição muito ilógica.

Não use da frase “as frestas judaicas não são para nós”, porque seria hipocrisia, pois a igreja evangélica tem abraçado as festas babilônicas, egípcias, romanas e entre outras sem nenhuma dificuldade, como Festa Junina, Natal e outras.

As festas  bíblicas não são propriedade judaica e sim Divina, a diferença de festas da cultura judaica e não bíblicas como o Hanuká e outras festas bíblicas que foram modificadas para se adequar na cultura local, sendo totalmente diferente das descrições das escrituras.

Existe sim a possibilidade da igreja brasileira moderna festejar as festas de Deus sem misturar as coisas com o judaismo ou outras culturas, ficando exclusivamente no sentido bíblico como declarado por Deus na sua Palavra. O nosso convite é substituir o paganismo dentro das igrejas pelas festas bíblicas ensinadas pelo nosso Deus.

Que Deus abençoe grandemente.

User Avatar

Aldery Rocha Júnior

Casado com Janet Castillo, criado no México. Filho da Pra. Osmarina Matos e do Pr. Aldery Rocha. Neto do missionário Jorge Matos.
Hoje é Diretor do Instituto Bíblico Roccastel, Mestre em Divindidade, com Especializações nos temas da Criação, Logísticas Eclesiásticas, Torá, Antropologia Bíblica, entre outros.

Back To Top