O novo Papa

Nos últimos anos, diversas teorias sensacionalistas têm circulado entre alguns grupos cristãos afirmando que o “oitavo papa” seria o Anticristo, baseando-se principalmente em interpretações de Apocalipse 13 e 17. No entanto, é necessário fazer uma análise séria, fundamentada nas Escrituras e não em conjecturas místicas, numerologia ou interpretações arbitrárias. Este texto visa esclarecer a verdade bíblica e alertar contra especulações que desviam o foco do evangelho e geram medo infundado entre os fiéis.

1. O que realmente diz Apocalipse 13 e 17?

Apocalipse 13 fala de duas bestas:

• A primeira besta (Ap 13:1-10): simboliza o sistema político e militar do Anticristo, que receberá poder de Satanás e será adorado pelas nações.
• A segunda besta (Ap 13:11-18): é o falso profeta, um líder religioso que exercerá influência espiritual, realizando sinais e levando as pessoas a adorarem a primeira besta.

Apocalipse 17:9-11 menciona sete reis, dos quais cinco já caíram, um ainda existe, e o outro ainda virá, mas durará pouco tempo. O oitavo é “um dos sete”, o que tem levado muitos a interpretações incorretas.

“Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, um existe, e o outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure pouco tempo. E a besta que era, e já não é, ela também é o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.”

(Apocalipse 17:9-11)

Importante: Esse texto trata de sistemas governamentais ou impérios mundiais, não de líderes da Igreja Católica diretamente. A besta representa o Anticristo — uma figura política e espiritual — que será revelada em seu tempo (2Ts 2:3-4), mas não é identificada claramente como um papa nas Escrituras.

2. Cuidado com Misticismos e Sensacionalismo

Teorias conspiratórias que afirmam que o próximo papa será o Anticristo têm raízes em:

• Suposições baseadas em numerologia (como o número de papas de Malaquias ou o número 666).
• Leitura fora de contexto das profecias apocalípticas.
• Tradições parabíblicas ou ocultistas (como certos escritos pseudoproféticos medievais).

Essas abordagens desviam os cristãos da centralidade das Escrituras. Em vez disso, devemos seguir o conselho de Paulo:

“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.”

(2 Tessalonicenses 2:3)

“Toda Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.”

(2 Timóteo 3:16)

3. O Anticristo não será necessariamente um Papa

O Anticristo será uma figura de influência mundial, com poder político, militar e espiritual, que firmará alianças, perseguirá os santos e se colocará como Deus (Dn 9:27, Ap 13, 2Ts 2). Embora o sistema religioso do fim dos tempos (a “grande prostituta” de Ap 17) envolva idolatria e apostasia, isso não identifica diretamente o papa como o Anticristo.

A Bíblia distingue claramente o Anticristo (1 João 2:18), o falso profeta (Ap 13:11), e a besta (Ap 13:1). Embora o falso profeta possa surgir de um sistema religioso corrompido, isso não pode ser usado para declarar com certeza que será um papa — muito menos especificamente o oitavo.

4. Lista dos principais candidatos ao papado (2025)

Com a morte do Papa Francisco, o próximo conclave decidirá o futuro da Igreja Católica. Veja abaixo os cardeais mais cotados, com breves perfis e suas inclinações:

Nome	País	Tendência	Inclinação Doutrinária	Posição sobre Israel/Palestina	Visão sobre Agenda Woke
Pietro Parolin	Itália	Moderado	Diplomático, tradicional	Diplomacia pró-paz	Neutro
Matteo Zuppi	Itália	Progressista	Inclusivo, social	Pró-diálogo	Favorável à inclusão
Luis Antonio Tagle	Filipinas	Moderado	Pastoral, evangelizador	Diplomacia asiática	Compassivo, mas tradicional
Peter Turkson	Gana	Moderado	Justiça social, ambiental	A favor de acordos de paz	Misto: social e bíblico
Robert Sarah	Guiné	Conservador	Tradicionalista	Crítico ao islamismo radical	Contra a agenda woke
Pierbattista Pizzaballa	Itália/Israel	Moderado	Patriarca de Jerusalém	A favor da coexistência	Neutro

5. Conclusão: foco nas Escrituras, não no medo

É necessário vigilância, sim, mas não paranoia. A Bíblia nos ensina a estar preparados, não apavorados. A identificação do Anticristo não deve ser feita com base em listas de papas ou profecias extra-bíblicas, mas sim com base em características espirituais e sinais claros revelados nas Escrituras.

“Examinai tudo. Retende o bem.”

(1 Tessalonicenses 5:21)

“Pois Deus não nos deu espírito de medo, mas de poder, amor e moderação.”

(2 Timóteo 1:7)

Seja vigilante, mas permaneça bíblico. O foco do cristão deve estar na volta de Cristo e não em teorias que geram pânico. O verdadeiro preparo é manter-se fiel ao Evangelho, vivendo em santidade e discernimento.