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O homem é imagem de Deus hoje?

A Imagem de Deus não foi destruída, mas corrompida (não anulada)

Gênesis 1:26-27 (ACF)

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; (…) E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.”

Este texto estabelece a base teológica: o ser humano foi criado à imagem (צֶלֶם – tselem) e semelhança (דְּמוּת – demut) de Deus.

Mesmo após a queda, essa imagem não é removida. Ela é distorcida, mas não apagada. Isso é confirmado por outros textos posteriores à queda:

A Bíblia afirma que o homem ainda é imagem de Deus mesmo depois da queda

Gênesis 9:6 (ACF) – após o dilúvio e já em contexto de humanidade pecadora:

“Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem.”

Se a imagem tivesse sido removida, esse argumento moral de Deus a Noé não faria sentido. Deus está fundamentando a dignidade da vida humana no fato de que ainda somos imagem de Deus, mesmo após o pecado.

Tiago confirma: ainda somos “semelhança de Deus”

Tiago 3:9 (ACF)

“Com ela [a língua] bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.”

Esse texto é escrito no Novo Testamento, em pleno contexto pós-queda, e ainda assim afirma que os homens são feitos à semelhança de Deus.

Logo, não é bíblico afirmar que deixamos de ser imagem ou semelhança após o pecado. O que houve foi uma queda moral, não ontológica (de essência). A imagem foi manchada, mas não apagada.

Adão gerou filhos à sua semelhança – mas isso não exclui a Imago Dei

Gênesis 5:1-3 (ACF)

“Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; (…) E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete.”

Esse é o texto que muitos usam para dizer que a humanidade passou a ser “apenas” semelhante a Adão caído. Porém:

  • O verso 1 reafirma: Deus criou o homem à sua semelhança.
  • O fato de Sete ser gerado “à semelhança de Adão” não nega a Imago Dei, apenas mostra que o ser humano carrega agora uma herança de inclinação ao pecado, o convite, mas ainda com dignidade de criação divina.

Ezequiel 18 mostra que não herdamos a culpa, mas a inclinação

Ezequiel 18:20 (ACF)

“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai (…)”

Esse texto destrói o conceito de “culpa herdada”. Herdamos a inclinação para o pecado (Romanos 5:12), mas não a culpa automática. Isso reforça que o ser humano nasce com potencial para o bem e o mal, e ainda carrega em si a imagem de Deus.

Cristo é o Restaurador da Imagem

Colossenses 3:10 (ACF)

“E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.”

2 Coríntios 3:18 (ACF)

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem […]”

Jesus não veio criar uma nova imagem no homem, mas restaurar a original. O evangelho é um projeto de restauração da Imago Dei, não de substituição.

Romanos 8:29 – Fomos predestinados a ser conformes à imagem de Cristo

“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho […]”

A imagem de Deus é o destino e vocação de toda humanidade redimida. Isso não faria sentido se essa imagem tivesse sido completamente removida.

Concluíndo…

  • A imagem de Deus permanece no homem, mesmo após a queda.
  • Essa imagem está corrompida, mas não extinta.
  • O ser humano continua sendo um portador da Imago Dei e por isso tem valor, dignidade e responsabilidade.
  • A redenção em Cristo visa restaurar essa imagem.
  • Herdamos a tendência ao pecado, mas não a culpa automática (Ezequiel 18).

Aldery Rocha Júnior

Casado com Janet Castillo, criado no México. Filho da Pra. Osmarina Matos e do Pr. Aldery Rocha. Neto do missionário Jorge Matos.
Hoje é Diretor do Instituto Bíblico Roccastel, Mestre em Divindidade, com Especializações nos temas da Criação, Logísticas Eclesiásticas, Torá, Antropologia Bíblica, entre outros.

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